segunda-feira, 3 de abril de 2017

EX-MORADOR DE RUA HOJE FATURA US$ 6 MI VENDENDO SUCOS NOS EUA


Khalil Rafati sofreu nove overdoses e morou nas ruas de Los Angeles

Não fosse o desfibrilador, Khalil Rafati não teria voltado à vida após sua nona overdose por abuso de heroína. Dependente químico que dormia nas ruas de Los Angeles, Rafati recobrou a consciência graças a um choque elétrico. Isso ocorreu em 2003, quando Khalil acumulava 33 anos e era também viciado em crack, pesava 49 quilos e tinha a pele coberta por ulcerações.
"Fui preso tantas vezes por delitos relacionados ao uso de drogas que não consigo recordar. Estava completamente encrencado. Sentia tanta dor que não conseguia dormir", recorda.
A nona overdose o ajudou a finalmente perceber que necessitava alterar seu estilo de vida para poder preservá-la. O passo seguinte foi passar quatro meses num centro de reabilitação. Desde então, ele não fez mais uso de drogas.
A vida saudável e o redirecionamento de seus esforços conduziu Khalil a uma carreira de sucesso no mundo dos negócios. Trata-se do milionário fundador da marca de bebidas saudáveis Sunlife Organics, que fatura anualmente mais de US$ 6 milhões na soma de seus pontos de venda. O mix de produtos compreende sucos e café, e há também uma linha de roupas. A companhia agora está se preparando para se expandir para outros 16 estados norte-americanos e para o Japão



Hoje com 46 anos, acostumado a viajar em seu jatinho privado, Khalil tem uma vida que poderia facilmente dar ensejo a um roteiro de filme de Hollywood. Nascido no estado de Ohio, filho de uma mãe polonesa judia e de um pai muçulmano, Khalil deixou a escola sem nenhum diploma, e foi preso, a princípio, por vandalismo e furto a lojas.
Aos 21 anos, com planos de se tornar um astro de cinema, ele se mudou para Los Angeles. A carreira no cinema não decolou, e ele começou a tocar em bandas de rock locais. O hoje empresário chegou a ter uma vida confortável lavando carros de estrelas como Elizabeth Taylor, Jeff Bridges e o guitarrista Slash.
O vício em drogas, no entanto, escapou ao controle, e Khalil passou a vender drogas para financiar seu próprio consumo. Após sua temporada de reabilitação numa clínica, que durou quatro meses, Khalil trabalhou em duas clínicas de Malibu, levava cachorros para passear e trabalhava com jardinagem.
"Consegui poupar dinheiro. Trabalhava arduamente, sete dias por semana, 16 horas por dia".
Khalil começou a ficar obcecado em ter seu próprio comércio de sucos vegetais e de fruta após se encontrar com um amigo antigo de Ohio. "Ele era meio hippie, e começou a me ensinar a respeito de vitaminas, comida orgânica, superalimentos", conta. "Naquele momento eu estava procurando algo que me ajudasse a me sentir melhor".
Em 2007, Khalil alugou uma casa e abriu seu próprio centro de reabilitação, o Riviera Recovery, para clientes que pudessem pagar US$ 10 mil por mês. Para os seus clientes, Khalil costumava preparar vitaminas e sucos que chamava de Wolverine - o mutante imortal da Marvel - batendo banana, pó de maca, geleia real e pólen.
A fama desses preparados ultrapassou os muros do centro de reabilitação. Percebendo que um negócio de sucos e vitaminas poderia ganhar vida própria, Khalil decidiu, em 2011, lançar o Sunlife Organics, em parceria com seu grande amigo e sua namorada na ocasião.
Com suas economias, Khalil lançou a primeira loja da companhia em Malibu. O sucesso foi instantâneo, com vendas que alcançaram US$ 1 milhão em seu primeiro ano. Hoje o negócio emprega mais de 200 pessoas na soma de suas seis unidades. Além dos sucos e vitaminas, constam em seu rol de atividades a venda de alimentos e roupas.
Rob Nazara, analista do Deutsche Bank de Nova York, diz que a história de Khalil demonstra grande força de caráter. "Não importa o passado profissional ou educacional da pessoa, o sucesso de um empreendedor é determinado por vontade, determinação e ambição".
Além da Sunlife Organices, Khalil ainda gere a Riviera Recovery e é proprietário de uma academia de yoga em Malibu. A autobiografia "I Forgot To Die" (Eu me esqueci de morrer, numa tradução livre), foi publicada em 2015.  "Não me considero super-inteligente", diz o autor. "Mas tenho fome pela vida, e ponho tudo de mim em determinada direção quando decido fazê-lo".  FONTE: FOLHA SÃO PAULO .

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